A incrível capacidade do Brasil em querer se manter um país retrogrado
A cultura do atraso no Brasil é uma coisa impressionante. O Brasil fez um grande esforço para poder implantar duas inovações que estão beneficiando as pequenas empresas que querem andar na linha:
a) O regime tributário SIMPLES e;
b) A nota fiscal eletrônica.
Essas duas coisas facilitam muito a vida de qualquer pequeno empresário. No caso do Simples, faciltou a vida do empresário ao:
a) Racionalizar o pagamento de impostos, concentrando o pagamento em uma única data e com uma única guia.
b) Diminuir a carga tributária para o pequeno empresário.
No caso da Nota fiscal eletrônica, o tramite ficou muito mais fácil. Não tem sonegação. Não tem que pedir autorização para impressão de nota fiscal quando o talão acaba. Não tem que pagar gráfica para imprimir nota fiscal. E, de quebra, ainda diminui a possibilidade de corrupção por parte da fiscalização.
Tudo muito bonito. Mas a realidade mostra que o Brasil tem mesmo vocação para o atraso. Alguns clientes exigem que as pequenas empresas, optantes do SIMPLES, ao emitir sua nota fiscal, enviem também uma declaração em papel timbrado ou com carimbo do CNPJ informando que a empresa realmente é optante do SIMPLES.
Todo o esforço de modernização vai por água abaixo por causa dessa exigência estúpida e burra. Qualquer um pode mandar fazer um carimbo de CNPJ da empresa e falsificar a declaração de opção pelo SIMPLES.
Para o pequeno empresário isso dificulta a vida. Sem essa exigência, bastava emitir a nota fiscal e enviar por e-mail para o cliente. Com essa exigência o empresário tem que imprimir a declaração e a nota fiscal, bater carimbo, colocar no correio ou mandar entregar no cliente. Resultado: perda de tempo e dinheiro.
Não sei de onde nasce essa vocação idiota que temos de fabricar papel inútil.
Na próxima eleição, veja se seus candidatos se preocupam com essa burocracia infernal que atrapalha a geração de riquezas e empregos no Brasil. Algum dia o Brasil vai ter que acordar para esses absurdos se quiser virar um país justo e de todos conforme prega o atual governo.
Como se pode esperar de uma classe política que nunca se renova, viciada em artifícios que deixam a transparência sempre mais longe da realidade, para que possam promover os habituais atos excusos, geradores de riqueza ilícita pessoal ?
O que esperar de uma classe política que com poucos anos de “dedicação pública” conseguem prodigiosos aumentos patrimoniais.
Quanto mais difícil for a fiscalização, e mais obscura a tão almejada “transparência”, mais fácil para esses vícios de nosso “poder”…
A tática do governo é bem interessante. Como não pode, não consegue ou simplesmente não quer facilitar a vida da fiscalização e dos contribuintes, joga todo o encargo para os próprios contribuintes, que hoje em dia tem que fazer o papel de fiscais, e se resguardar de todos os modos, para não serem considerados co-autores nos casos de sonegação, isto é, se vc contrata uma empresa para prestar um serviço, tem que verificar se essa empresa está com todas as contribuições em dia para não ser co-autores dessas irregularidades, gerando esse tipo de solicitação que, em princípio parece absurda, gerando cada vez mais custos para quem quer trabalhar de forma séria.
Não vejo muita saída, enquanto não houver um levante forte, e uma desobediência civil de forma macisça…